O ramo do transporte ferroviário de cargas no Brasil começou tarde e recebeu menos investimento em relação aos demais países. Contudo, em 2019, o planejamento para privatizar esse setor foi retomado. E em 2021, houve o Marco Legal das Ferrovias, projeto que tem o objetivo de reduzir a burocracia para a construção de novas ferrovias e fortalecer a entrada de recursos financeiros.
São muitos desafios que esse modal enfrenta para sua expansão. No entanto, mesmo com as dificuldades, ele se mostra muito promissor.
Acompanhe o artigo e confira um panorama geral do transporte ferroviário de cargas no país.
A importância do modal de transporte ferroviário
Os benefícios desse setor para um país da dimensão do Brasil são muitos. Por isso, ele é tão fundamental para a logística de transporte de cargas. Dentre as principais vantagens estão:
- Menor despesa para distâncias maiores;
- É mais seguro do que o transporte rodoviário;
- O valor do frete é mais baixo;
- A capacidade dos trens de carga é bem maior.
A infraestrutura de transporte de cargas influencia diretamente no desenvolvimento da economia de um país. Pois é um eficiente modal de deslocamento de pessoas e produtos que atrai ou repele oportunidades econômicas.
Logo, uma boa infraestrutura e uma malha ferroviária bem conectada colocam um país em evidência. Além disso, proporcionam acesso a diversos mercados, geram mais empregos e investimentos.
O transporte ferroviário de cargas é essencial em vários setores, não só no agronegócio. Até porque os tipos de mercadorias que esse modal transporta são bem diversos:
- Petróleo e derivados;
- Minério de ferro, clínquer e carvão mineral;
- Grãos;
- Itens siderúrgicos;
- Calcário, cal e cimento;
- Fertilizantes e adubos;
- Contêineres.
O modal também pode ser a solução para evitar problemas de abastecimento. A greve dos caminhoneiros em 2018, que interrompeu as exportações do Brasil, por exemplo, poderia ter tido diferente impacto se não houvesse tão forte predominância do transporte rodoviário no país.
As dificuldades do transporte ferroviário
Mesmo sendo um transporte de cargas mais vantajoso, o ramo ferroviário passa por desafios. O maior deles é a ausência de continuidade nos planos logísticos para transporte ferroviário de cargas, pois as construções de ferrovias são projetos longos.
Logo, com a troca de governos, propostas dessa dimensão acabam sendo esquecidas. Além disso, há também a questão das concessões ferroviárias brasileiras serem muito curtas.
Outro obstáculo é que dos 29 mil quilômetros de ferrovia, 22 mil foram construídos com bitola métrica. Como são mais estreitas que os outros tipos, acabam sendo menos seguras. Além disso, em comparação com a bitola internacional, acaba sendo considerada ultrapassada.
Um bom exemplo da importância do transporte ferroviário é a designação de 2021 como o “Ano Europeu do Transporte Ferroviário” pelo Parlamento. A decisão está essencialmente ligada aos esforços da União Europeia (UE) em criar um espaço ferroviário totalmente integrado que estimulará o crescimento econômico da região.
Já a China, com seus 127 mil quilômetros de extensão rodoviária total, direciona seus esforços para modernizar ainda mais sua rede de ferrovias. Atualmente, o objetivo é expandir sua malha ferroviária de alta velocidade até os 38.000 km de extensão até 2025.
Além disso, o país asiático também tem um plano de reativar a Rota da Seda e expandi-la, tornando-a muito maior e mais poderosa do que a que existia em seu tempo de império, onde a maior parte do trecho será coberto por ferrovias.
Como é possível perceber, muitos países possuem planos concretos para expandir o uso do transporte ferroviário de cargas, levando em conta os objetivos em termos de alcance e o estímulo que o modal fornece à economia.
E quando olhamos o cenário atual do modal no país, percebemos que estamos muito atrasados nesses quesitos.
O atual cenário do transporte ferroviário de cargas
Apesar da expectativa de um futuro mais promissor para esse setor, atualmente ele é negligenciado. Pois aproximadamente um terço da malha ferroviária está abandonada.
São apenas 29.000 mil quilômetros, sendo que quase nove quilômetros de ferrovias foram esquecidos. Enquanto que outras já começam a apresentar danos.
Enquanto isso, os Estados Unidos aparece como primeiro do ranking com cerca de 225.308 mil quilômetros.
Na comparação: o uso do transporte de cargas ferroviário brasileiro é de somente 15%, enquanto que em países como EUA, Canadá e Austrália, esse número chega a 48%. Na Rússia, é de 81%.
Mas mesmo apresentando uma malha ferroviária muito menor que a de outros países, ainda assim colhemos bons resultados, o que pode ser um indício que o futuro desse modal no país é promissor.
Segundo dados de concessionárias informados à Agência Nacional de Transportes (ANTT), o volume de cargas do transporte ferroviário teve um aumento de 30,1% em março em comparação com 2020. Ainda conforme o estudo, as ferrovias do país transportaram, em 2021, mais de 15% do volume registrado em 2020.
Futuro do transporte ferroviário pode ser mais promissor
Em 2019, um contrato foi fechado para uma ferrovia Norte-Sul, ligando Tocantins e São Paulo. Dessa forma, o tramo central já está funcionando. Contudo, a parte sul requer atenção. A empresa responsável precisa fazer os ajustes necessários e iniciar as obras ainda este ano. E outras três ferrovias devem ser inauguradas nos próximos 15 anos.
O Plano de Logística Nacional calcula que o transporte ferroviário brasileiro chegue a 30% até 2025.
E além desse plano, o Ministério da Infraestrutura também afirma que a tecnologia 5G, será responsável por uma grande otimização operacional para o transporte de cargas.
Nesse sentido, o governo acredita que a alta demanda do setor por eficiência e competitividade abrirá espaço para a criação e o surgimento de tecnologias nacionais que permitam a automação dos processos.
Há também a previsão de que o setor de transporte rodoviário de cargas movimentará cerca de R$ 50 bilhões a R$ 60 bilhões nos próximos anos, impulsionando toda a economia de forma paralela.
Outro acontecimento importante para o setor foi a criação do Marco Legal das Ferrovias que tem como objetivo aumentar os investimentos privados no setor ferroviário. A medida visa reduzir a burocracia para a construção de novas ferrovias e autoriza a exploração de trechos sem operação, devolvidos, desativados ou ociosos.
Portanto, se a sua empresa tem o desejo de crescer e expandir os negócios, o setor de transporte ferroviário de cargas é um ótimo investimento para os próximos anos.
E nesse sentido, o melhor é poder contar com um armazém logístico que possua terminal ferroviário próprio, como é o caso da Fabrício Armazéns.
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